segunda-feira, 21 de julho de 2008

O SILENCIO DOS COVARDES: ACANHAMENTO, DENÚNCIA E NÃO CONFORMAÇÃO- ABRA A TUA BOCA EM FAVOR DO MUNDO.


Abre a boca a favor do mundo, pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados ( Prov. 31.8-9 RA)

Pai afasta de Mim este Cálice –
Chico e Gil - homenagem a Stuart Angel Jones 1973

Abrir a boca em favor do mundo com o evangelho da paz é diferente de ficar em silêncio e celebrar uma mudez que a Bíblia condena. A igreja brasileira em muitas áreas está fazendo um barulho ensurdecedor, porém por outro lado está fazendo um silêncio assustador não proposto por Deus em sua cartilha eclesial.

Estamos em silêncio diante de tantas coisas importantes enquanto os filhos das trevas alardem pelos quatro cantos com suas filosofias, ideologias e modos operantes que se opõe a Bíblia nesta era pós-cristã, pós-moderna.

Por vez encontramos a palavra Silêncio na Bíblia, mas nunca em caráter profético-social e sim em caráter soberano diante de Deus ansiando ouvir sua voz para que sua voz seja a nossa voz diante de um mundo eclesiano, às vezes, “mudo”, “quietivo” e “triangular”.

O silêncio às vezes nos irrita, pois ele é acompanhado do descaso, da frieza, da apatia, da falta de visão e foco (Laissez-faire). Olhamos o silêncio político em várias áreas, isso já nos irrita e dizemos: Por que eles não fazem nada? Os políticos fazem muito barulho em coisas triviais e faz muito silêncio em coisas essenciais.

O jornalista e colunista da folha de São Paulo Gilberto Dimenstein fazendo uma auto avaliação da sua profissão disse: “Talvez na chamada era do conhecimento nós, jornalistas, estejamos produzindo mais barulho do que informação”. Não seria este também o nosso desabafo como evangélicos?

Talvez esse seja também o nosso problema como igrejas no Brasil, estamos fazendo muito barulho em coisas não essenciais e muito silêncio em coisas essências “In necessarii/non necessarii”

A igreja evangélica brasileira tem experimentado ao longo desses anos um crescimento em sua estrutura eclesiástica. Esse “crescer”, evangélico em solo brasileiro tem causado “Admiração” e “Preocupação”.

Admiração em ver uma colheita vertiginosa nessas últimas décadas. Alguns dizem que isso é um avivamento, outras não são tão otimistas assim, todavia a igreja evangélica em termos numéricos cresceu e sua visibilidade é percebida hoje na nossa brasilidade.

A igreja saiu do anonimato para as fileiras do sucesso, abarcando em sua estrutura não somente um aglomerado de pessoas, mas também uma potencialidade mercadológica. Todavia muitos servos do Senhor estão preocupados em ver uma igreja fragilizada, sem profundidade, populista, adequativa, pragmática e super star.

A mesma palavra que Deus proferiu no passado é a mesma palavra para nós cristãos do século XXI. “Não Temas mas fale e não te cales (...), pois tenho muito povo nesta cidade”. (Atos 18.10). Por que se vocês se calarem as pedras clamaram. Parafraseando Paulo “Como essa geração vai ouvir se não há quem fale”, pois formosos são os pés dos que anunciam a paz” ( Rm.10.14-15) ( O silêncio da Rã).

Dr. John Stott afirma que o Cristão deve ouvir o “Espírito” e também ouvir o “Mundo” e Karl Barth salienta que devemos ler a “Bíblia” e também o “Jornal”.

Dr. Billy Graham quando deu inicio a sua palestra no Pacto de Lausanne realizado em 1974 discorreu sobre a importância da igreja não se calar, não se acovardar, não ser hermética diante deste mundo em pedaços e no final de sua exposição ele bradou dizendo: “Que o mundo ouça a Sua voz”. Esse também é o nosso desejo na Escola Teológica de Obreiros depois de 34 anos do Pacto de Lausanne, que o Silêncio dos Covardes seja trocado pela voz dos servos que proclamam a Cristo de forma Integral para este mundo ( Ester 4.13-14)., pois a Bíblia diz: “Abre a tua boca em favor do mundo” e o médico e missionário inglês na África, David Livingstone disse “ Sem Cristo Nenhum passo com Cristo a qualquer lugar”.

Quando olhamos de maneira sintética para o povo de Deus, percebemos que Israel tinha uma aliança com Deus, ele era o eleito de Deus e deveria ser fiel ao seu chamado diante das nações e esse chamado é ético-teológico. Seu assentamento geográfico e todo o processo de vida pública, privada, cúltica, ética, deveriam estar acompanhado do amor por Deus e obediência ao Pacto Mosaico.( Ex.19.1-6; 20.1-21).

O Dr. Timóteo Carriker em seu livro O Caminho Missionário de Deus: focando o aspecto da vocação e do chamado de Israel diz: “A missão do povo de Deus encontra as suas raízes mais profundas na missão de Israel “ Ele” era a voz de Deus para o mundo em todos os aspectos: Político, Social, Cúltico etc.

A nação de Israel não poderia simplesmente conquistar a terra e ser derrotada no seu compromisso com Deus se misturando com as nações em sua forma cúltica deplorável, antagônica aos mandamentos divino dados no Sinai como normativo para a nação (Ex.19.1-6)
Uma vez assentados na terra prometida, Israel javanizou baal e baalizou Jave, pois em vez de celebrar a excelência do seu chamamento de ser fiel a Deus e luz para as nações eles trouxeram para sua estrutura cúltica, política, ética etc os costumes das nações pagãs.

Na verdade Israel celebrou o silêncio dos covardes diante dos povos cananeus, em vez de influenciar foi influenciado trocando o essencial pelo não essencial.

Israel se esqueceu de Deus e de sua palavra, foi advertido por Deus no movimento profético a voltar para o Senhor, todavia não atendendo o chamado profético foram julgados por Deus, pelo seu hermetismo vocacional, pelo seu silencio, pela sua traição e foram para o cativeiro em estado de humilhação. Dr. Stott observa de maneira brilhante a eqüidistância entre os mandamentos de Deus para a Nação de Israel e as Palavras de Jesus Cristo para a sua Igreja. Em Mt.6.8 diz: “ Não vos assemelheis, pois, a eles. Imediatamente nos faz lembrar a palavra de Deus a Israel, na antiguidade: Lv.18.3 “ Não fareis como eles”. É o mesmo convite para serem diferentes.

Israel foi chamado para ser uma nação que glorificasse a Deus entre os povos porém se desviou do seu compromisso em virtude da observação e assimilação cúltica dos povos da terra. Deus nós chama para glorificarmos o seu nome diante deste mundo (I Cor.10.31), através da nossa vida em todas as esferas e não somente no quadrante eclesial mas no diário.

Para Francis Schaeffer a Bíblia é o centro de tudo e a sã ortodoxia deve ser o óculos que devemos julgar esse mundo e sua cultura como também remodelar e redescobrir o nosso ministério. Schaeffer inicia sua proposição com aquilo que ele chama de “básico e urgente” que é justamente as palavras “ Reforma, Reavivamento e Revolução Construtiva”.

Esse ponto levantado aqui por Schaeffer deve estar na cartilha da excelência ministerial, pois não existe revolução construtiva sem reforma e reavivamento, ou seja, para sermos uma voz ativa neste mundo em pedaços, influenciando as mais diversas camadas da sociedade, precisamos de “Reforma e Reavivamento”. Para Schaeffer “nada pode ser duradouro se não for edificado sobre a Bíblia”. (Reforma)

Outro ponto importante levantado aqui é justamente o Reavivamento, ou seja, a vida com Deus. O antigo Israel nutria uma espiritualidade oca, vazia, sem sentido, visível, mecânica, destituída de afeto relacional etc. Tudo isso era ocasionado por um consumismo excêntrico e uma imitação gélida das nações e uma extração horripilante do baalismo medíocre injetado no coração da nação e a falta de prioridades.

No contexto da vida cristã muitos se orgulham da agenda lotada, do exibicionismo de estar sempre ocupado, correndo para um lado e para o outro, sem tempo para nada não nutrindo mais uma vida com Deus como fez Israel antes do drama do cativeiro.

As Palavra de tom íntimo mais teológico como “oração”, “devoção”, “piedade”, “meditação”, “santidade”, “integridade”, “simplicidade”, “humildade”, “dependência”,” etc que influenciaram vários servos de Deus no passado ( Baxter, Edwards,Wesley,Carey,Booth etc) já não são mais brindadas e nem bem-vindas nesta geração superficial, pois muitos trocaram o profundo examinar da Bíblia, por bagatelas modistas, trocaram a oração pela pressa, a humildade pelo orgulho, a vida cheia do Espírito, por uma vida cheia de ativismo, trocaram o caráter pelo carisma , o abrir a boca em favor do mundo pelo silêncio danoso, os interesses do reino de Deus pelos seus próprios interesses e projetos à verdadeira adoração pelo louvorzão.

Para abrirmos a nossa boca para este mundo temos que primeiro abrir nosso coração para Deus e viver plenamente a vida cristã normal, pois caso contrário caímos num ativismo sociológico sem a cruz de Cristo. O estudioso do Antigo Testamento Christopher Wright diz com firmeza que se a igreja cristã tem a intenção de ser sucessora de Israel, então precisamos de uma voz profética que desafie os pecados e as desigualdades dentro da igreja em primeiro lugar, antes de começarmos a atirar Amós contra a sociedade lá fora.

Schaeffer disse que a vida cristã normal deve nutrir três pontas importantes que são “ Reforma, Reavivamento e Revolução Construtiva. “Reforma” significa “Examinar as Escrituras” a Bíblia “ Sola Scriptura”. “Reavivamento” significa uma vida cheia do Espírito Santo “Spiritu Sancti” , e a “Revolução Construtiva” significa a missão da igreja no mundo que é a “Missio Dei”.

O Jovem cristão não pode se calar diante de um mundo em chamas. Temos que ser como disse C.S.Lewis o “Megafone de Deus” para este mundo. Não podemos nos calar diante de temas e ações que modelam nossa geração como política, ação social, ecologia, aborto, homossexualismo, celebração do hedonismo, pluralismo religioso, narcisismo como ditadura do corpo,arte, aborto, célula tronco, tribalismo urbano, violência doméstica, desemprego, preconceito, injustiça social etc. O jovem cristão não pode se calar diante de um mundo que vende ilusão. A ilusão tem adentrado no arraial dos eclesianos como aconteceu com Israel.

Na história da igreja percebemos que muitos servos de Deus foram fiéis ao chamado divino, foram fiéis em épocas de apostasia, foram constantes em período de inconstância e prostituição cultual, foram fiéis em épocas de crise e de dificuldade.

Vários homens e mulheres de Deus foram guiados pela palavra de Deus em vez de ser guiado pelo modismo cúltico das nações e da cultura excêntrica. Muitos foram mortos, exilados, enfrentaram a fúria de reis despostas, condenaram políticas desumanas, descasos sociais, injustiças e foram sem dúvida Vox Dei ( Voz de Deus) para o Laos Dei ( Povo de Deus).

Quando olhamos para o movimento profético percebemos ali o quanto eles romperam com o sistema caótica de Israel e chamaram o povo para o compromisso com Deus, denunciando a sua falsa fraternidade, o seu culto mecânico, seu mundanismo, seu abandono mosaico, sua injustiça, sua idolatria, seus valores, suas prioridades etc. Esses homens servem para nós nesta geração como protótipo de ministério que denuncia a podridão religiosa, política, social, ecológica e glorifica o nome de Deus fazendo a sua vontade sem se prostrarem ao mundanismo das nações

O livro de Hebreus no capítulo onze é um recordar de homens e mulheres que foram fiéis a Deus numa época de crise. Ali vimos uma sementeira do antigo Israel para a excelência do ministério, pois está registrado o perfil de homens que andaram com Deus. Homens que foram fiéis ao seu chamado e que pagarão um preço em virtude de sua comunhão com Deus. Eles sem dúvida não celebraram o silencio dos covardes, mas nos deixaram um legado de fé, despojamento, excelência, denúncia, constância, renúncia, fidelidade e paixão pela causa de Deus, homens “que o mundo não era digno”.


Redescobrindo a Excelência do Ministério Pastoral no Tecido Santo da Vida de Jesus Cristo: Propostas e Protestos no Lagar dos Covardes

Jesus o sumo pastor treinou os seus discípulos na fornalha do deleite, do realismo humano e da aflição ministerial. Treinou esses homens para ser fiel ao seu chamado e não deixou nenhum encantamento ministerial do tipo celebridade, sucesso momentâneo, fama, censo de superioridade, comodismo etc . Ele colocou aqueles homens frente a frente com a realidade, frente a frente com a crise humana, frente a frente com a anatomia da dor frente a frente com a anatomia do desespero.

Ele não criou e nem apresentou para aqueles jovens discípulos cheios de sonhos e delírios humanos uma ilusão de vida, um descaso social, mas mostrou que o evangelho é a maior revolução que existe e isso tem caráter “intimista” e “ativista”, não é uma “mudez” mas um “kerigma”, não é uma “institucionalização” mas um estilo de “vida prática” não é uma adequação mas uma obra secreta de Deus no homem interior.

Jesus Cristo é o arquétipo para qualquer pessoa que queira marcar sua geração de maneira séria e não lúdica pois a excelência da vida santa se inicia Nele e se finda Nele. Redescobrir a Excelência do Ministério no Tecido Santo da vida de Jesus é o grande legado poemênico para essa geração do século XXI.

No seu ministério bombástico Jesus Cristo nos deixa três exemplos clássicos: 1) Ele era o Senhor das Escrituras 2) Ele era o Senhor da Oração 3) Ele era o Senhor da Evangelização.

Dr. John Stott em seu célebre livro Mentalidade Cristã: Posicionamento do Cristão em uma Sociedade não Cristã nos ajuda neste sentido. Ele ratifica a importância da oração como responsabilidade social, devemos viver uma vida de oração e intercessão diante de Deus. Jesus nos ensinou a orar “ livra nos do mal”, mal social, mau moral, mau interior

Stott também nos diz que não existe uma transformação radical no seio da sociedade se não for através do Evangelho e isso tem implicações de evangelismo tão mal usado por esta geração. O Evangelho é o poder de Deus, pois ele transforma pessoas (Rm.1.16). O evangelho transforma o “Ego”, (eu), em “Alter”, o (outro). Stott diz que o cristão verdadeiro é uma testemunha da verdade num mundo que celebra a mentira, logo este cristão jamais pode perpetuar o silencio dos covardes mas protestar em nome de Deus, ele deve ser contra-cultural e remir esta cultura com o evangelho de Cristo ( Colson).

Dr. Júlio Zabatieiro nos diz que: “Precisamos recuperar o valor da Escritura como palavra de Deus para a humanidade, como obra literária de qualidade, como fonte inesgotável de sabedoria – recuperar o caráter inovador e desafiador da Bíblia, que sempre fala a nós, mas também contra nós. Para fazer isto, precisamos orar, buscar a Deus, e voltar para Bíblia”.

Quando o nosso silêncio , indiferença e comodismo é mas importante que a “missão” a “comunhão” e a “intimidade com o Todo Poderoso” estamos andando no lagar do Silêncio dos Covardes que tem cara de crente cheiro de crente mas não é discípulo e sim agente secreto. Jesus Cristo em todo o seu ministério foi o Megafone de Deus para a sua geração. Ele levantou o caído mas condenou as formas que inferiorizavam o ser humano, abraçou o derrotado mas julgou a religião siliconizada

Jesus Cristo o Sumo Pastor é um modelo para nós jovens de sofrimento e de suportar sofrimento é um modelo de humildade , de dependência total, de clareza no ensinar, de afeto e de carinho de sensibilidade diante de Deus e diante dos homens.
Ele é um exemplo de deixar se aproximar e de se aproximar e suas Palavras estava pautada na verdade e na práxis diária. Ele é um exemplo de denúncia e de levantar o tapete da falsa vida religiosa.

Ele de fato é um modelo de lidar com os inimigos e opositores ao seu ministério como também é um modelo de oração e de intimidade com o Todo Poderoso. Ele é um protótipo de quebrar o Status quo de romper com o sistema humano. Ele subjugando as forças maléficas e não se prostrou ao Zeitgeist “ espírito da época”..

Jesus Cristo o sumo pastor é um modelo de doçura cativante,de convicção da sua missão, de amor transbordante , de lidar com a demonização sem teatrismo., de investir aonde ninguém quer investir, de fidelidade à missão e ao seu Deus, de vida simples e do despojamento cristológico

Ele é um modelo terapêutico- mutli-facetário. É um modelo de viver a vida debaixo da direção do Espírito Santo. É um modelo de urgência de celebração da vida e de equilíbrio. É um modelo de renúncia e de negação. É um modelo de obediência a vontade de Deus e sua Palavra.

Quando olhamos para o ministério de Jesus Cristo como modelo de alguém que não celebrou o silencio temos que Ter ciência que ele ultrapassou barreiras e fronteiras e se dedicou ao máximo para comunicar a Palavra do Senhor. Ele não buscou aplausos dos homens, aprovação humana e não andou nos bastidores da vá religião e nem do elitismo ministerial.

Em se tratando de modelo ministerial de Jesus Catalão Angel Castañeira diz que: “Temos que revisar, então o modelo de Jesus cujo ministério público foi essencialmente relacional. Ele andava no meio das multidões, ou então tinha encontros privados com determinadas pessoas, até mesmo de noite. Ele sabia o que era sentir o calor do meio-dia no deserto de Samaria, ou o frio da morte no quarto de um adolescente. Ele deixou-se tocar por uma mulher cerimonialmente impura, e tocou intencionalmente num leproso, isolado pela sociedade. Ele falou de situações cotidianas, de sal e lâmpada, de sementes e pastores de pais e filhos. Hoje, mais do que nunca, devemos seguir este modelo, se queremos alcançar a geração pós-moderna” Essa declaração nos mostra como Cristo foi mestre em comunicar o Reino de Deus para a sua geração , para o seu o povo, para a sua época.

Francis Schaeffer em seu livro A Morte da Razão diz que “Cada geração defronta com este problema de aprender como falar ao seu tempo de maneira comunicativa. É problema que não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta. Para que consigamos comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos que conhecer e entender as formas de pensamento da nossa geração” .

Ele rompeu barreiras e fronteiras. Será que estamos dispostos? A sair do nosso ninho, do nosso gueto e romper barreiras e fronteiras? Ele tanto sabia conversar com a pessoa mais culta como sabia conversar com uma mulher desprezada a beira de um poço. Ele tanto sabia participar dos grandes banquetes, como sabia ficar três dias no povoado de Samaria comendo pão simples.

Ele tanto sabia pregar para uma multidão, como sabia atravessar o mar da Galiléia e se encontrar no sepulcro com um endemoninhado gadareno. Ele tanto sabia falar para um publicano Zaqueu descer da árvore, como sabia dizer para um príncipe do povo chamado Nicodemos que é necessário nascer de novo.

Cristo rompeu barreiras e se encontrou com o descamisado da sua época, com a prostituta, com o fariseu, com os necessitados e com os aflitos. Ele amava essas pessoas e por causa do seu intenso amor para com o Pai e para com os homens ele morreu na cruz.

Se queremos alcançar essa geração, pós-cristã, pós-moderna brasileira no ponto de vista cristológico devemos seguir os passos de Jesus e não do modismo contemporâneo. A igreja de Cristo e o jovem cristão deve romper as barreiras e as fronteiras e se apresentar para essa geração como Sal e Luz, como guardadora da Verdade e praticadora da Verdade. Ela deve ir aonde Cristo foi, deve romper as barreiras e anunciar Deus para esse mundo sofrido.

Cristo em seu ministério tinha um alvo claro o seu escopo era a glória de Deus Soli Deo Gloria. Jesus resumiu o seu ministério em cinco palavras “ Eu te Glorifiquei na Terra”. (Jo. 17.5. e o breve catecismo de Westminster burilado 1647 diz: Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegra-lo para sempre

Porém o que muitas vezes pulsa hoje no círculo pastoral é a exaltação do homem em detrimento à exaltação de Deus, é o homocentrismo poemênico em detrimento ao centrismo em Deus e o conceito bíblico do ministério.

Jesus Cristo, o filho de Deus deve sempre ser o nosso exemplo maior, pois os tempos mudaram, mas o caráter revelador do sumo pastor que é Cristo não muda. De fato Jesus Cristo como diz as Sagradas Escrituras é o “ Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (Jo.10.11,14) e esse Bom Pastor deu seu próprio sangue em favor de nós (At. 20.28) . Ele também é o Sumo Pastor das nossas vidas (I Pe 5.4;Hb.13.20) e requer de nós jovens cristãos obediência a sua Palavra (Mt.7.24-27).

Jesus Cristo nos convoca para transformarmos a nossa geração com sua Palavra, na força do Santo Espírito, debaixo da graça de Deus. Ele é o modelo seguro para nós romper com o silencio dos covardes e abrir a nossa boca em favor deste mundo, pois Ele como ovelha muda não abriu a sua boca no que tange a vontade do Pai, mas em todo o seu ministério o que ele menos fez foi celebrar o silêncio dos covardes. Jesus Cristo nos convoca dizendo: “Assim como o Pai me enviou Eu envio vocês” e esse enviar é marcado pela compaixão. Henri Nouwen está certo quando diz que devemos olhar para dentro dos olhos dos fugitivos

Dr. Russel Shedd disse que Deus quer usar pessoas que são “Perseverante”, que vivem uma vida santa e cheia do Espírito. Que são sábios”, que tenham Fé e Amor, que sejam servos, aprendiz, humildes, marcado pela visão de Deus, gratos etc.
( 3 barras)

De fato a geração pós-moderna é um campo missionário e requer de nós compreensão deste período para podermos ministrar a palavra de Deus num período de afronta. A geração pós-moderna está em busca desenfreada pelo hedonismo. A geração pós-moderna é narcisista ao extremo. A geração pós-moderna é tecnológica. A geração pós-moderna vive num contexto pluralista.

A geração pós-moderna não crê na verdade absoluta, mas relativa. A geração pós-moderna vive uma vida privada e não pública. A geração pós-moderna vive na esfera do individualismo e não da comunidade. A geração pós-moderna adora o belo, o Shopping-center como esfera de vida. A geração pós-moderna é extremamente liberal, amoral, apolítica, sem utopia.

A geração pós-moderna não tem tempo para o sagrado só tem tempo para o entretenimento e para o descontínuo. A geração pós-moderna vive no mundo da superficialidade e não da profundidade. A geração pós-moderna tem adotado um deus cósmico, místico esotérico, essa geração e espiritualista e tem enlatado e importado várias religiões que dão sensação sem se intrometer na sua vida.
A geração pós-moderna é consumista ao extremo e esta sempre insatisfeita. A geração pós-moderna é agressiva, rebelde, que tem a cada dia banalizado a vida (geração Spoker). Ela tem prazer no efêmero e viver é experimentar fortes sensações (esporte radical). Sem sentimento de culpa

Porém a geração pós-moderna é uma geração: Triste, Complicada, Cheia de Solidão e desesperança, Cheia de Medo, busca resposta para as maiores questões da vida, tem um buraco no coração. Vive numa aldeia global de 6 bilhões de pessoas, mas é solitária, eles são depressivos e são um misto de fortaleza com fragilidade cabe a nós igreja de Cristo comunicar Deus de forma sábia para essa geração sem ser engolido pela cultura genérica
Para que nossa geração venha de fato dar crédito para a nossa mensagem cristã temos que ter:
1) Uma convicção do nosso chamado e de onde eu vim o que eu estou fazendo aqui e para onde eu vou
2) Temos que Ter a convicção que a Bíblia é a verdade de Deus revelada para o homem (Ela é a palavra de Deus).
3)Temos que Ter uma vida carregada de fé, de certeza, de integridade e de esperança
4) Temos que está pronto para servir o próximo e viver o evangelho integral
5) Temos que viver uma vida de testemunha vibrante, cativante
6) Temos que Ter uma vida de pureza, santidade, dependência..
7) Temos que Ter uma vida de amor obstinado por Cristo
8) Temos que firmar os valores do reino de Deus
9) Temos que mostrar para o cidadão urbano que temos que lutar pela vida mas sempre olhando para a eternidade para o Eterno pois tudo é vaidade é correr atrás do vento, mas a palavra do Senhor permanece para sempre.
10) Temos que viver uma vida de amizade verdadeira, de comunhão:
11) Temos que viver uma vida de renúncia, de rompimento com o status quo
12) Temos que Ter uma vida de Missão ‘ Missio Dei” e não da hermenêutica dos sentidos
13) Temos que Ter uma vida marcada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus

A Igreja é o principal instrumento que Deus tem neste mundo para unir as coisas. A resposta para a indagação e a inquietude dessa geração Pós-Moderna não está no místico, no pragmatismo, etc., mas sim em Cristo. Como disse John MacArthur: “Encontramos na pessoa de Jesus Cristo provisões suficientes para as nossas necessidades”

Quando olhamos para o Sermão do Monte, percebemos que podemos tirar dali algumas respostas para essa inquietude:

A Primeira coisa que a Igreja tem que ter é “Convicção de sua Identidade” e “Propósito” (Mt.5:13-14), porque essa identidade gera responsabilidade e estabelece a contracultura (Mt.6:8). As pessoas buscam fama (Mt.5:16), glória (Mt.6:2), poder, dinheiro e status (Mt.6:19-24), etc. Porém, uma Igreja que tem convicção de sua chamada não vai buscar isso, mas o contrário, irá buscar a glória de Deus (Mt.5:16), e o Reino de Deus (Mt.6:33).

Em segundo lugar o mundo Pós-Moderno só vai ouvir pessoas que têm “Convicção daquilo que está proclamando” (Mt.6:9-10) e isso tem dimensões profundas, porque sai da esfera teórica (Mt.7:26-27) e desemboca na prática (Mt.7:24-25) e na transparência (Mt.5:9; 5:21-24; 5:37), na celebração da verdade (Mt.5:3-12), na prioridade e no despojamento de tudo o que não é de Deus (Mt.6:10; 6:31-33). Daniel Salinas nos mostra quatro pedras fundamentais para alcançar essa geração: A autenticidade, o cuidado mútuo, a confiança e a transparência (1999, p.45-46). Todas essas pedras fundamentais estão inseridas no Sermão do Monte. Segundo Salinas, para evitarmos a infiltração Pós-Moderna na Igreja temos que romper com a Hermenêutica dos Sentidos, da Antropocentricidade e da Escatolicidade da Ficção (1999, p.49-54).

Em terceiro lugar a Igreja não pode relativizar a “Palavra de Deus” por causa do sucesso do pragmatismo excêntrico e nem pelas afrontas desse mundo. Para Stott no seu livro Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, nós não podemos ser como varas sopradas ao vento, não podemos de maneira alguma nos curvar diante dessa sociedade com sua avareza, seu relativismo, sua rejeição ao absoluto. Pelo contrário, temos que ficar fiel à Palavra de Deus (1997, p.184). A Palavra de Deus é absoluta verdade: "Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade" (Jo.17:17, NVI), e essa verdade de Cristo no Sermão do Monte tem que ser guardada e praticada (Mt.7:24-27). Ela não pode de maneira alguma ser sacrificada pela Igreja no altar da Pós-Modernidade.

Em quarto lugar o mundo Pós-Moderno cuja consciência ética é relativizada e liberalizante, tem que ver que na Igreja de Cristo existe uma “ética”, um padrão moral antagônico e contracultural: "Não sejam iguais a ele ..."(Mt.6:8, NVI). O mundo precisa visualizar que a Igreja de Cristo tem sua plena fundamentação não nas riquezas desse mundo (Mt. 6:19), mas em Deus (Mt.6:20). O mundo tem que notar que a Igreja de Cristo não é opulenta, mas ela encarna um estilo de vida simples (Mt.6:25-26), O Supremo Bem, que a Igreja percorre em alcançar como valor, não é temporal, mas eterno (Mt.6:33). Essa geração tem que saber que a Igreja de Cristo chamada para ser Sal e Luz deste mundo, não precisa de amuleto ou fetichismo (Mt.6:5-7), mas ela desenvolve uma piedade cristã relacional e não utilitária com Deus Pai, revelado por Cristo no Sermão do Monte (Mt.6:9-18).

Em quinto e último lugar a Igreja de Cristo que vive o Sermão do Monte deve ser conhecida como a Comunidade do perdão, da oração, do amor, do afeto, da verdade, da alegria, da contraculturação, da unidade, etc., só assim o mundo irá nos ouvir. Stott nos lembra que o mundo secularizado está em busca da transcendência, de significados e de comunhão.

Jesus Cristo nos convoca para transformarmos a nossa geração com sua Palavra, na força do Santo Espírito, debaixo da graça de Deus. Ele é o modelo seguro para nós rompermos com o silencio dos covardes e abrirmos a nossa boca em favor deste mundo, pois Ele como ovelha muda não abriu a sua boca no que tange a vontade do Pai, mas em todo o seu ministério o que ele menos fez foi celebrar o silêncio dos covardes. Jesus Cristo nos convoca dizendo: “Assim como o Pai me enviou Eu envio vocês” e esse enviar é marcado pela compaixão (Mt.9.35-38). Henri Nouwen está certo quando diz que devemos olhar para dentro dos olhos dos fugitivos e como o pai do filho pródigo abraçar e amar essa geração.

Dr. Russel Shedd disse que Deus quer usar pessoas que são “Perseverantes”, que vivem uma vida santa e cheia do Espírito, que são sábios, que tenham Fé e Amor, que sejam servos, aprendiz, humildes, marcado pela visão de Deus e gratos. Que de fato este mundo possa ouvir a sua voz através das nossas vidas como pontuou o pacto de Lausanne 1974.

Soli Deo Gloria

Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo

Um comentário:

Anônimo disse...

realmente a igreja hj precisa de um verdadeiro avivamento e uma reforma, pois, hj em dia esta entrando muito sincretismo dentro das igrejas, diversos costumes do mundo assim como festas,comemoraçoes,entre outros. Inclusive estamos vivenciando hj a falta dos ensinamentos biblicos q ultimamente estao sendo passados de maneira muito superficial e a pratica da oraçao q sao elementos fundamentais.