terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A NOITE DE SÃO BARTOLOMEU: O LADO SOMBRIO DA HISTÓRIA DA IGREJA


O Mundo tem avançado através daqueles que tem experimentado sofrimento
( Léon ToLstoi)

É , porventura, o servo maior do que seu Senhor, para querer ser tratado melhor do que Ele? ( Cipriano)


Após o advento da reforma protestante por volta de 1500 realizado por “Martinho Lutero, Martinho Bucer, Zuínglio e João Calvino” muitos outros acontecimentos surgiram na idade média que marcaram o movimento protestante separando ele do sistema rígido católico.

Um desses acontecimentos foi marcado por muita dor, muito sofrimento, injustiça e muito derramamento de sangue que marcou para sempre o mundo evangélico. Esse fato histórico é chamado “A Noite de São Bartolomeu”. Ser cristão neste período da história era sinônimo de fé, coragem , sofrimento,desprezo e fidelidade a Deus.

Depois de dois anos do conhecido tratado de paz de “Saint German” promulgado 1562, quando Catarina de Médici ofereceu trégua aos servos de Deus no país da França onde a reforma protestante tinha chegado e feito muitos convertidos.

Os crentes mesmo com este tratado ilusório não poderiam ter templos e eram restritos em sua liberdade de culto. Este decreto mediciano não teve durabilidade e várias guerras contra os crentes franceses aconteceram como em 1567, 1568, 1569 e 1570.

Depois disso numa trama política de interesses iníquos foi decretado a matança dos crentes franceses chamados de “Huguenotes”.

Em 1557 crentes franceses enviados por Calvino o reformado genebrino fugiram da França e vieram para o Brasil sendo a primeira leva de pastores, teólogos e missionários que trouxeram o evangelho puro para a nossa nação no início do descobrimento.

Mesmo assim muitos deles foram massacrados na Ilha de Guanabara no Rio de Janeiro onde hoje tem um monumento em homenagem a esses mártires cristãos.

O historiador cubano “Justo L. Gonzalez” em seu livro a “Era dos Mártires”, conta com detalhes o massacre da noite de São Bartolomeu e mostra quão hediondo foi este ato.

A matança coletiva dos crentes que não negaram a sua fé começou em Paris e se espalhou por várias províncias. Essa perseguição tinha um único objetivo destruir a fé evangélica no pais da França.

Na madrugada de domingo de 24 de agosto de 1572 o dia de São Bartolomeu o sino da igreja Saint German-L’Alxerrois tocaram, pois este era o sinal para a matança dos crentes franceses que durou até outubro e se espalhou por várias cidades como Toulose, Lyon, Orleáns, Bordéus etc.

Nas ruas começam a carnificina, a desordem, o absurdo, as mortes violentas, as injurias, gemidos de dor, homens, crianças e mulheres cristãs são mortas com requinte de crueldade, por espancamento, por fome e frio.

Eles foram perseguidos pelas ruas, montes, vales como se fossem animais. Os historiadores da igreja dizem que a matança chegou na casa dos cem mil crentes chamados de huguenotes.

Os corpos boiavam pelos rios durante meses de modo que ninguém comi mais peixe. O papa Gregório XIII sabendo da matança dos crentes muito se alegrou e mandou fazer uma medalha de comemoração.

O historiador A. Almeida diz que todos os reis que se envolveram nesta matança a mão de Deus pesou sobre eles. Após longos anos de perseguição através de Luís XIV os crentes franceses migraram para vários países da Europa e América todavia não negaram a sua fé em Jesus Cristo eles foram fiéis até a morte e viveram de maneira digna e íntegra na qual suas vidas e posturas até hoje falam.

Que possamos aprender com esses crentes fiéis ao Senhor a lutar pela fé evangélica, louvando e celebrando o nome do Senhor todos os dias das nossas vidas.

PASTOR CARLOS AUGUSTO LOPES
Teólogo
www.carlosalopes.blogspot.com